"Nós, Cariocas, natos ou por afinidade, consideramos nossa Cidade crescentemente lesada e oprimida pelos efeitos nefastos da fusão decretada, em 1975, pelo ditador Geisel, do então Estado da Guanabara com o antigo Estado do Rio de Janeiro. Motivada por razões micro-políticas e por um rancor profundo contra a cidade que mais resistira ao autoritarismo, a fusão não passou por nenhuma consulta e o novo estado jamais recebeu os recursos federais na época previstos para a transição.

Quase trinta e cinco anos mais tarde, nossa Cidade sofre, cada vez mais, por não ter controle sobre segurança pública, águas e esgotos, trânsito e aspectos importantes das políticas ambiental e de habitação. As instituições estaduais responsáveis por essas esferas prestam péssimos serviços e, frequentemente, inibem (ou mesmo proibem) o poder local de assumi-los. Essa situação também é negativa para nossos irmãos fluminenses. A Cidade do Rio de Janeiro, Distrito Federal e capital do Brasil, até 1960, depois Estado da Guanabara, até 1975, nunca teve vocação para governar o Estado do Rio, papel historicamente desempenhado por Niterói. A identidade do Rio é a de uma cidade-estado."

Se você se interessou pelo assunto, vá até o site do Autonomia Carioca e conheça mais sobre os projetos, os caminhos a serem seguidos, atitudes a serem tomados e os porquês de fazer da cidade do Rio de Janeiro uma cidade-estado novamente. Se ainda assim não for suficiênte, visite o Fórum do Autonomia Carioca e divida suas dúvidas e opiniões com os demais.

Eu concordo com boa parte das razões da iniciativa e por isso já assinei meu nome na lista de apoiadores do Manifesto que já conta com 2.431 assinaturas até o momento.

Para provar que a Autonomia Carioca não é somente um grupo de cariocas metidos a besta que quer se separar do Estado do Rio de Janeiro por puro recalque e nostalgia, lhes apresento o Autonomia Fluminese que defende razões semelhantes, mas à favor do povo fluminense. As iniciativas andam em conjunto em vários pontos do projeto para tornar a corrente mais forte. Isso exemplifica o quão ruim essa unificação foi para ambas as partes.

A única coisa que não é pré-vista no projeto mas que eu gostaria de ver no futuro Estado da Guanabara é a divisão do então município do Rio de Janeiro em outros dois municípios. Um com os bairros da Zona Oeste e outro com os bairros das Zonas Norte, Sul e Centro. Acho que desta forma a Zona Oeste carioca terá a atenção que merece. Por ser morador da região, eu sei bem como funcionam as coisas e quais as principais diferenças entre os bairros da Zona Oeste (com exceção do Recreio dos Bandeirantes e Barra da Tijuca) dos demais no que se refere à opções de Cultura e Lazer, Emprego, Educação, Saúde, Segurança, etc. Sendo que dinheiro e mercado consumidor para tanto a região tem de sobra. Primeiro que dois dos pólos industrias mais importantes do Estado ficam em Santa Cruz e Campo Grande, dentre várias outras coisas. Segundo que metade dos habitantes do Rio vivem na Zona Oeste. O que realmente precisamos é de desenvolvimento sócio-cultural! Não só a Zona Oeste, mas todo o Rio e o Brasil.

O projeto de restauração ao Estado da Guanabara, na realidade, não é mais que um sonho. Um sonho de um Rio melhor! Tanto para o Rio cidade quanto para o Rio estado. Digo sonho por que a representatividade dos Deputados Federais do Rio na Câmara é quase nula e ainda tem divergências sobre o assunto. Os Deputados que são a voz de cariocas e fluminenses em Brasília não fazem por onde e assim fica muito, muito difícil.

Outro fator que dificulta a realização do projeto é que como a unificação foi feita em 75, hoje, mais de 30 anos após, pouca gente se lembra de como era antigamente e quem se lembra talvez já tenha se acostumado. E tem ainda os que nem tinham nascido, como eu. Assim as pessoas não tem pesos e meditas suficiêntes para saber se é melhor mudar ou deixar como está.

É sempre bom ficar a par de como a falta de vontade política e a burocracia brasileira dificultam a realização dos desejos do povo. A leitura e o entendimento dessa situação é indispensável, principalmente para cariocas e fluminenses.

É importante salientar que os cariocas e os fluminenses não tem qualquer tipo de divergência entre si. São povos que vivem entrelaçados há décadas e sabem diferênciar muito bem uma coisa da outra.

O principal ativista do Autonomia Carioca é o candidato a Senador Alfredo Sirkis do PV-RJ.