Tropa de Elite é o Novo Colírio do Cinema Nacional
Apresentar o cotidiano perturbado dos integrantes do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), a Elite da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, foi algo impensável até hoje. Mas, através de muita pesquisa, paciência e delicadeza, Padilha conseguiu os dados necessários para retratar da melhor forma a árdua e obscura rotina do BOPE.
Para quem não sabe, o BOPE é a versão brasileira e sem recursos da S.W.A.T, a tropa de elite da policia norte-americana. Quando o bicho pega lá nos EUA eles chamam a S.W.A.T, aqui no Rio eles chamam o BOPE. Quando o BOPE chega é assim: "Lá vem o Caveirão, hein!". O "Caveirão", carro blindado utilizado pelo BOPE para invadir os morros e favelas cariocas, é caracterizado pelo desenho de uma caveira nas laterias do veículo que não por coincidência é simbolo da tropa. Quando o BOPE chega, eles puxam o "resolve", acabam rápido com o problema e com quem estiver na frente. A chapa é quente, o osso é duro de roer, o tiro é único e certeiro. Se eles pegarem um, eles pegam geral. Mesmo.
Só por isso, já criei uma espectativa sobre o filme. Até que, logo no início das filmagens do longa ano passado, numa locação no Morro Chapéu Mangueira, no Leme, Zona Sul do Rio, todo o armamento cenográfico foi roubado. À princípio, acharam que os bandidos do morro tinham simplesmente se enganado ao roubar armamentos cenográficos. Depois, pensaram melhor e surgiu a hipótese de que o crime poderia ter sido planejado por Policiais Militares afim de assustar a equipe de filmagem e assim travar a produção do longa que denuncia o comportamento de grande parte dos PM's do Rio. Aí, a espectativa aumentou e tornou-se ansiedade.
Eis que mais que de repente, um tio bate em minha porta dizendo que tinha comprado no camelô um DVD com um documentário "bom pra caralho" sobre o BOPE. - "Porra, documentário do BOPE? Cheio de mortes de verdade? Não, obrigado!" Na hora, não juntei 1+1, mas num final de semana a oportunidade bate novamente a minha porta. Primos, filhos de outro tio que tem uma locadora, fizeram a oferta mas desta vez com a capa na mão mostrando bem o rosto de Wagner Moura. Na contra-capa, uma sinópse mal feita e uma tarja com a inscrição "Exclusivo para Locadoras". Sendo assim, a equação foi imediata e não precisei nem saber o resultado pra colocar o DVD no Player.
Estranhei algumas legendas em inglês no começo, mas de DVD pirata nós podemos esperar tudo, né? Então... Voltei minhas atenções ao filme. Coisa incrível. Produção, edição, efeitos... Aliás, os efeitos de Tropa de Elite foram de responsabilidade do americano Phill Nelson, que tem no currículo filmes como "Gladiador" (2000), "Falcão Negro em Perigo" (2001) e "Cruzada" (2005). Ter um profissional destes na equipe é como conquistar um selo de qualidade. A cena onde assassinam uma universitária viciada e ateiam fogo em seu namorado é perfeita.
Vale lembrar que muitos profissionais que participaram da produção de "Cidade de Deus" também deram suas contribuições para "Tropa de Elite", entre eles o Montador Daniel Rezende.
A atuação de Wagner Moura como "Capitão Nascimento" é impecável. Na minha humilde opinião, o baiano já é o melhor ator da década! Caio Junqueira me convenceu no papel do idealista equentadinho "Neto" e a revelação, claro, foi André Ramiro como André Matias. Logo ele dará as caras numa novela da Globo. Além deles, o filme conta com vários outros atores renome no cenário nacional.
Por tudo isso, especula-se que o orçamento de Tropa de Elite, que era estimado em R$ 4,9 milhões, tenha ultrapassado os R$ 10 milhões, transformando-o no longa brasileiro de maior porte filmado em 2006.
Agora, um filme brasileiro que custou tão caro ir direto para as locadoras é algo inimaginável. Algo estava muito errado, claro. Poucos dias depois uma reportagem na TV informava que o responsável por fazer a cópia pirata havia ganhado R$ 5 mil pelo serviço e que um policial militar era suspeito de ser o intermediário. O que serve para endossar tudo que é mostrado no filme.
Por causa de R$ 5 mil, um irresponsável pôs a perder todo o trabalho de quase três anos realizado por Padilha em busca da finalização de sua obra prima. Se esta atitude vai ou não prejudicar a performance do longa nos cinemas, é impossível dizer com certeza. Mas, uma coisa é certa e Padilha já pode se orgulhar por isso: o filme é sucesso antes mesmo de ser finalizado e estrear no circuito comercial!
Este é sem dúvidas um dos melhores e mais polêmicos filmes da história do cinema nacional. Virou assunto nas padarias, botequins, escolas e universidades. Uma de minhas professoras inclusive recomendou o filme e o livro aos alunos. Acredito que apesar da temática forte, o filme tenha agradado a todos que tenha visto, independente de sexo, profissão, classe social ou faixa etária.
Sendo assim, acredito que Tropa de Elite já tenha vislumbrado os olhos de milhões de brasileiros. Algo difícil de se alcançar no Brasil atualmente.
No exterior, Tropa de Elite tem o apoio dos irmãos Weinstein o que junto a qualidade do filme garante a boa recepção. Especialistas apontam o filme como forte candidato a vencer os principais festivais de cinema do mundo. A primeira chance de confirmar a expectativa é o Festival do Rio 2007 que começa dia 20 de Setembro.
Se você ainda não assistiu Tropa de Elite, assista. Como e onde, fica por sua conta e risco. Se quiser esperar a estréia oficial do longa nos cinemas seria ótimo. Vai valer a pena o ingresso. Garanto! Mas depois de assistir a uma cópia pirata, quem sou eu pra dizer algo?
Abraço!
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já ouvi tantos comentário de como o filme é bom, que só me dei conta segunda-feira que ainda não havia sido lançado...
Posted by Anônimo | quinta-feira, 30 agosto, 2007
Chamou-nos a atenção o nome do teu Blog...Porque nós temos uma música de Natal que fala do Papai Noel! :)Visita o Youtube e encontrarás em 1ª mão!
http://www.youtube.com/watch?v=h8y49y5BF6M
Cumprimentos de Portugal!
Posted by Vozes da Rádio | sexta-feira, 31 agosto, 2007
Rômulo:
Gostei do post e vou levá-lo pro meu delicious pra ler com mais calma.
Beijos,
Posted by Anônimo | sexta-feira, 31 agosto, 2007
E você vai rever no cinema?
Posted by patricia | sexta-feira, 31 agosto, 2007
O filme parece ser show de bola mesmo.
O lance da publicação antes da hora, é tosco mas dá mais força para o filme.
Posted by Informa Tech! | sábado, 01 setembro, 2007
Pelo que eu ouvi falar é muito bom mesmo!
Nacional que eu quero muito ver é o "Querô", que conta uma história bem diferente e tem uma produção toda de crianças carentes e tal...
Estou de volta!
Beijos!
Posted by Menina Malvada (Ou Kaka) | sábado, 01 setembro, 2007
Bom dia...
TROPA DE ELITE é simplesmente um dos melhores filmes que assiti até agora neste ano, um retrato muito realista do cotidiano repressivo em que vivem os habitantes dos Morros cariocas pelo simples fato de estarem numa condição sócio-econômica inferior.
A referência a Foucault é inevitável, tanto que o diretor deixa claro isto ao mostrar uma cena onde os universitários apresentam um trabalho sobre o livro VIGIAR E PUNIR logo após uma das mais fortes cenas do filme, onde o garoto fogueteiro é obrigado a acusar o traficante, uma cena de violência policial intensa que mostra como é a cabeça daqueles que fazem parte da instituição.
Este filme sem sombra de dúvidas, mesmo com a pirataria, da qual eu me beneficiei (sic), será sucesso no cinema, pelo menos eu farei questão de vê-lo com a edição completa, por enquanto continuarei a ver a cópia inacabada que para mim também está maravilhosa!
Posted by Rodrigo Vides | sábado, 15 setembro, 2007
Saiu o trailer oficial do filme: http://viabrasil.wordpress.com/2007/09/15/trailer-oficial-do-filme-tropa-de-elite/
Parece que o som e os efeitos melhoraram bastante...
Posted by Anônimo | segunda-feira, 17 setembro, 2007
Fascista, não!
Está certo. O Padilha e o Wagner Moura têm razão de estar chateados com essa história de serem chamados de fascistas. Isso foi uma grande injustiça. O filme não é fascista. De jeito nenhum. Só quem ignora completamente o que foi o fascismo poderia fazer tal confusão.
O fascismo significa, antes de tudo, uma contra-ofensiva militar das classes dominantes contra os trabalhadores e seus aliados: as nacionalidades, etnias e culturas oprimidas.
A ascensão de Mussolini, Hitler ou Franco significava simplesmente uma reviravolta tática dos setores desfavorecidos do imperialismo europeu visando quebrar a coluna vertebral do proletariado de seus países, preparando assim circunstâncias favoráveis para a deflagração da Segunda Guerra Mundial.
Hitler necessitava subjugar a classe operária alemã, expurgar a tradição socialista do movimento operário mais bem organizado do mundo, difundir o ódio racial, preconceitos étnicos, disseminar o terror, promover o holocausto…
Para quê? Para que a indústria alemã pudesse escoar suas mercadorias para o mundo semicolonial e para os mercados europeus, dominados pelos imperialismos "democráticos": EUA,
Inglaterra e França.
Para que a técnica e a cultura mais desenvolvidas da Europa pudessem encontrar expressão no mundo dominado segundo a partilha feita na Primeira Guerra Mundial, Hitler necessitou converter os trabalhadores alemães em uma máquina de guerra.
A dominação econômica dos mercados consumidores e das fontes de matéria-prima "alheios"
requeria sua prévia dominação militar. Para isso, era preciso convencer a nação alemã a entrar numa guerra infernal, a sacrificar-se de corpo e alma numa guerra insana, a aceitar sua completa desumanização, a crer em sua superioridade racial, ou em qualquer outro tipo de superioridade (a ideologia racial foi apenas uma variante). Não foi fácil. Custou dez anos de esforços estatais intensivos, propaganda, terror, persuasão. Custou a reintrodução do trabalho escravo e o extermínio de milhões de seres humanos em campos de concentração.
Isso era o fascismo, na sua forma mais decidida e resoluta: o nazismo.
Quando as circunstâncias tornaram-se favoráveis, os capitais bancários e industriais alemães decidiram afogar a Europa no sangue das suas classes trabalhadoras. E conseguiram. E ganharam muito dinheiro com isso, sem dúvida. A Wolkswagen, BMW, Siemens, Basf, Bayer, Bosh, entre outras, testemunham.
Isso era o fascismo.
Coitado do Padilha.
É possível que ele tenha alguma coisa a ver com essa história? Claro que não!
Mesmo o fascismo terceiro-mundista, caricatura militar e econômica, naturalmente, do europeu, não poderia ser associado com a temática abordada em "Tropa de Elite". As ditaduras militares latino-americanas visavam frear a onda de revoluções de libertação nacional que abalou o mundo semicolonial do pós-Segunda Guerra, ao mesmo tempo que ofereciam resistência ao ascenso continental urbano favorecido pelo triunfo da revolução socialista em Cuba. É verdade que o BOPE foi instituído pela ditadura. Também é verdade que, naquela época, ele não tinha nada a ver com o suposto "combate ao narcotráfico". Suas funções eram muito menos "nobres". Mas, atualmente, o BOPE tem pouca coisa a ver com os "porões da ditadura".
O filme não é fascista. Tampouco é justo dizer que faça apologia da tortura. Ele simplesmente mostra que a tortura existe, e que ela é sistematicamente usada pelas forças de coerção estatais, isto é, a tortura continua sendo um método sistemático adotado pelas forças policiais no Brasil. Outra coisa que o filme mostra é que, no Brasil, a pena de morte existe. Caveira! Morreu. Já eras. Execução sumária. Tiro na cara. Sem julgamento, sem direitos, sem nada. Pena de morte. Isso existe no Brasil. E foi isso que o filme do Padilha mostrou. No Brasil, a pena de morte e a tortura são métodos sistemáticos e preferenciais usados pelas forças de repressão do Estado.
Mas o Padilha não faz apologia da tortura? Claro que não. O Padilha faz apologia da justiça, isso sim.
Qual a razão do sucesso de "Tropa de Elite"? Muito simples: as pessoas ficam felizes por ver um pouco de justiça, mesmo que seja falsamente retratada. O Capitão Nascimento, do modo como foi retratado, é um justo. E os brasileiros são justos. Os brasileiros adoraram o Capitão Nascimento. O Capitão Nascimento faz justiça num país sem justiça, onde os dirigentes da nação são porcos corruptos, onde todas as instituições do Estado estão podres e corrompidas.
O Capitão Nascimento mata e tortura. Mas, aos olhos do povo sofrido, acuado pelas privações, pela fome, pelos indizíveis sofrimentos, isso é justiça. Matar vagabundo, matar traficante. Caveira! Pega ele, Capitão Nascimento!
O trabalhador brasileiro trabalha 44 horas semanais em penosas condições. Ganha salário mínimo. O filho é drogado. A esposa, doméstica. A filha, desempregada. O trabalhador brasileiro sofre. Então, vem o Capitão Nascimento e diz: "A polícia é corrupta. A polícia é sócia do narcotráfico. Não tem solução. Tem que matar. Caveira!"
E o trabalhador brasileiro fica imensamente comovido! Porque, além de tudo, o Capitão Nascimento toma água num copinho americano. E a mulher dele esquenta água para o café numa humilde panelinha. O trabalhador brasileiro tem pena do Capitão Nascimento, porque o Capitão Nascimento também sofre. Ele também é explorado e humilhado no serviço! Ele também passa privações, sofrimentos, angústias. O Capitão Nascimento tem até problema de família, igual ao trabalhador brasileiro!
Aos olhos do povo, o suposto batalhão incorruptível de justiceiros humildes e bem intencionados representou um alívio. Viram? Existem pessoas justas nesse país. Existem pessoas como nós, que fazem das tripas coração. Que dão o sangue e o suor num trabalho honesto. Que são justas. O Capitão Nascimento é um justo, um sofredor. Um brasileiro. Por isso nós gostamos dele. Pega ele, Capitão Nascimento! Pega ele!
Essa é a receita do sucesso. Além, é claro, do preço: só custou R$ 5,00. Para a maioria, oportunidade única de ver um filme assim, em primeira mão, ou, se preferirmos, de mão em mão.
Não se trata de fascismo, de maneira alguma.
Mas de um falso retrato da justiça, encomendado por um Estado corrupto, podre, incapaz.
O Padilha fez o que a Secretaria de Segurança Pública do Rio e a Rede Globo jamais fariam: criou a ilusão de justiça, criou a ilusão de honestidade.
Agora, o povo pobre, humilde e espoliado das favelas do Rio será vítima do terror, dos bárbaros assassinatos, das balas de fuzil perdidas, das torturas, das humilhações; porém, na TV, no Jornal Nacional, os assassinos torturadores serão reverenciados! A opinião pública será favorável ao terror!
Quando o Caveirão, o blindado assassino do BOPE, entrar nas favelas atirando nos miseráveis, nos desvalidos, atirando nos herdeiros da escravidão, a classe média gritará "Caveira!" em seus lares confortáveis.
Além disso, o Estado não tem mais nada a ver com o narcotráfico. Não são os juízes, promotores, deputados, senadores, prefeitos, governadores, delegados os responsáveis pela proliferação do narcotráfico. O Estado não é mais cúmplice da indústria das drogas. A partir de agora, os cúmplices do narcotráfico são… os filhinhos de papai da classe média, que fumam
maconha e cheiram cocaína! Bate neles, Capitão Nascimento! Surra eles! Eles financiam o tráfico! As multinacionais, os grandes bancos, os acionistas das grandes indústrias, os sócios da "multinacional do pó" não têm nada a ver com o tráfico! A culpa é dos maconheiros! Pega ele! Caveira nele! Caveira nele, Capitão Nascimento!
Quando, finalmente, as armas do BOPE forem apontadas para a cabeça do trabalhador brasileiro, acuado num bequinho da favela, não adiantará clamar por piedade. "Piedade, Capitão Nascimento! Não mata, por favor, tenho filhos pequenos, sou trabalhador, honesto.
Sou preto porque nasci preto, sou pobre porque nasci pobre! Mata, não, Capitão Nascimento! Mata, não!"
Não adiantará.
O Capitão Nascimento é apenas uma marionete numa Tropa da Elite. A Elite mata. A Elite quer matar. A Elite não gosta de "preto". A Elite não gosta de pobre. Pouco importa que sejam trabalhadores ou traficantes. Pouco importa. A Elite quer gozar o seu Paraíso Tropical. A Elite cansou de ser açoitada nos semáforos. A Elite não quer mais ser ameaçada por assaltantes por causa de relógios. A Elite cansou de levar bala na cabeça em seus veículos blindados. A Elite está cansada e horrorizada com a proliferação da miséria e da violência.
Olho, trabalhador brasileiro!
A Tropa da Elite vem aí. E vai pegar você.
Aí vem tortura e pena de morte.
Olho, trabalhador brasileiro!
O Capitão Nascimento não existe.
Na vida real, eles vão matar você, não o traficante rico.
Olho, trabalhador brasileiro!
***
José Luís dos Santos
São Paulo, outubro de 2007
PS.: José Luís dos Santos é jornalista desempregado.
Posted by Joffe | quinta-feira, 18 outubro, 2007
gostei muito do filme é o melhor filme braseleiro que ja assisti!! ai pessoal vcs vivem dizendo que a SWAT fica pra traz mas não se esqueçam que o BOPE foi qualificado (treinado) pela S.W.A.T !! ALIAS O FILME TEM PRODUÇÃO AMERICANA CASO VCS NÃO SAIBAM!! the best!!!!!!!!!!!!!
Posted by Anônimo | segunda-feira, 22 outubro, 2007
gostei muito do filme é o melhor filme braseleiro que ja assisti!! ai pessoal vcs vivem dizendo que a SWAT fica pra traz mas não se esqueçam que o BOPE foi qualificado (treinado) pela S.W.A.T !! ALIAS O FILME TEM PRODUÇÃO AMERICANA CASO VCS NÃO SAIBAM!!
Posted by Anônimo | segunda-feira, 22 outubro, 2007