Carta de um louco de boa memória recordando o futuro
Depois de seis longos dias sem postar, buscando inspiração em lugar nenhum e - justamente por isso - encontrando nada, eis que o Alterego do Noel volta com um texto muito louco - com o perdão do trocadilho - que combina muito com o momento que vivo.
"Memórias de um Louco" é mais um ótimo texto do já famoso "Autor Desconhecido". Diferente dos outros, este texto não foi recebido via e-mail encaminhado com créditos para Luiz Fernando Veríssimo. Na verdade, recebi duma Professora de Redação que não lembro o nome num cursinho desses da vida transcrito numa folha de ofício. Procurei no Panópticon, mas nada encontrei. Por este motivo, digitei letra por letra o maravilhoso texto que vocês poderão ler abaixo:
"Memórias de um Louco"
Carta de um louco de boa memória recordando o futuro.
Francisco da Rocha, 45 de Agosto de 1899.
Sr. Imperador de Chão sem Estrelas, rua Fim do Mundo, nº 000, São Paulo, interior...
Desprezados Senhores,
Venho por recordar meu fururo, lembrando-me que estou perfeitamente bem, mas bastante confuso daqueles dias chuvosos em que fazia sol. Quando eram 24 horas, meu rológio marcava 12 horas, eu estava sentado de pé em um banco de pau feito de pedra, lendo um jornal sem letras ao lado do lampião apagado, dentro da noite escura do sol.
Ao meu lado havia um bosque sem árvores onde vacas pulavam de galho em galho e os pássaros pastavam alegremente tristonhos; muito longe havia uma corrida que se chamava São Silvestre, dos cegos e paralíticos, em que só corriam os aleijados, incentivados pelo coral de mudos que cantavam entusiasmadamente nesta corrida. Apenas um homem loiro, com calça sem calça, corria parado dizendo:
- Prefiro a morte do que perder a vida!
Isso aconteceu no dia 30 de Fevereiro de 1973, no outro dia, ao levantar-me deitado, senti uma apetitosa fome e fui tomar alguma coisa na oficina. Chegando lá, tomei dois litros de gasolina e um copo de óleo e saí da oficina com meu carro de boi puxado por três minhocas e um minhoco. Ao sair, notei que meus pneus estavam furados. Então levei o carro para passear nas costas. Quando voltei, entrei em casa pela janela toda verde, nenhuma estava madura. Então fui descansar, estiquei o chão do meu quarto e deitei-me sobre ele folgadamente, depois de ter descançado alguns minutos, acordei-me dormindo e fui escovar os dentes com o pente, descendo pela janela do elevador, fui até o poço lavar-me, quase me afoguei pois a água estava molhada.
Foi esse meu futuro que tinha para recordar, mas está acabando o lápis da caneta. Apenas me despeço na linha de baixo, pois a de cima já está ocupada.
Adeus, loucamanete. O Louco.
Os mais atentos conseguiram perceber que algo mudou no blog. Logo saberão o por que desta mudança. Aguardem e confiem!
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Marcadores: Noel, Romullo Pontes, Super Textos Reflexivos
Ficarei na espectativa
Posted by Unknown | segunda-feira, 17 setembro, 2007
eu fiquei curiosa!
boa a carta hehe
;** beijocas romulo!
Posted by Anônimo | terça-feira, 18 setembro, 2007