Esqueletos são encontrados em eterno abraço

do G1

Arqueólogos acreditam que o casal morreu jovem. Enterro deve ter ocorrido entre 5 mil e 6 mil anos atrás.

Pode chamar de abraço eterno. Arqueólogos na Itália descobriram um casal abraçado enterrado entre 5 mil e 6 mil anos atrás. "É um caso extraordinário", disse Elena Menotti, que liderou a equipe nasescavações perto da cidade de Mântua, norte do país.

"Não foi descoberto um enterro de casal do período Neolítico, muito menos duas pessoas se abraçando - e ambos estão realmente se abraçando". Menotti disse acreditar que os dois, quase certamente um homem e uma mulher, embora ainda não tenha sido confirmado, morreram jovens, porque suas arcadas dentárias estavam quase inteiramente intactas e não estavam gastas.

"Devo dizer que quando nós os descobrimos ficamos muito entusiasmados. Tenho este emprego há 25 anos. Fiz escavações em Pompéia, todos os sítios famosos", disse ela. "Mas eu nunca fiquei tão comovida assim, porque esta é a descoberta de algo especial".

Um laboratório tentará determinar a idade do casal à época da morte e há quanto tempo estão enterrados.

Assim que li esta notícia eu realmente fiquei comovido com a história do casal que nem a morte conseguiu separar. Imaginei o que poderia ter acontecido para que o casal morresse abraçado. Várias situações passaram pela minha cabeça. Será que o casal morreu de frio? Era possível, mas muito banal. Será que realmente era um casal? Se sim, imaginei uma situação mais emocionante onde o tal casal de esqueletos tenha sido assassinado, preso em algum lugar sem comida nem água ou envenenados.

Assim, logo percebi algumas semelhanças entre o casal de esqueletos e a história de amor mais conhecida da literatura ocidental, Romeu e Julieta, de William Shakespeare. Entre as mais importantes semelhanças, temos que ambos são italianos do norte da Itália, morreram jovens e juntos.

Isso me leva a pensar na possibilidade de a história de amor que deixou Shakespeare famoso ter sido baseada em uma possível lenda que envolva o casal de esqueletos recém descobertos pois, como todos sabem, uma das poucas coisas que resistem ao tempo são as lendas. Reconheço que 5 ou 6 mil anos atrás é muito tempo para uma lenda seguir viva, mas onde há civilização há a possibilidade de uma lenda ser repassada de geração para geração.

A título de comparação, a história da civilização do Antigo Egipto inicia-se por volta de 3.100 a.C. Ou seja, se as lendas egípcias perduram por mais de 5.100 anos, por que a lenda do abraço eterno do casal de esqueletos italianos também não perduraria? Vale lembrar que o túmulo do faraó Tutankhamon só foi aberta em 1922.

Segundo informações do Wikipédia, eu não estou tão louco assim pois, ao contrário do que se acredita, a trama de Romeu e Julieta não foi inventada por William Shakespeare. Na verdade, a peça é a dramatização do poema narrativo de Arthur Brooke: "A Trágica História de Romeu e Julieta" (The Tragicall History of Romeus and Juliet), de 1562. Shakespeare seguiu o poema de Brooke de forma relativamente próxima, mas enriqueceu sua textura adicionando detalhes tanto nos personagens principais quanto secundários, como com Mercutio.

O poema de Brooke também não era original. Em última análise, ele deriva de uma história de 1476, de Masuccio Salernitano, Mariotto e Gianozza, em Il Novelino. Luigi da Porto deu a forma moderna em Istoria novellamente ritrovatta di due Nobili Amanti, dando o nome de Roemeu e Julieta (Romeus e Giulietta) aos personagens principais e mudando a história original de Siena para Verona.

Agora eu pergunto: Porquê Luigi da Porto resolveu mudar a história de cidade? Talvez seja por que ele conhecia uma certa lenda de um casal que morreu jovem e junto na região norte da Itália.

Pode parecer pura especulação, mas tudo leva a crer que, embora improvável, existe sim uma possibilidade de a história de amor entre Romeu e Julieta ter sido inspirada em uma lenda que envolvia o casal de esqueletos recentemente encontrados no norte da Itália.

A teoria relaciona a mais importante história de amor da literatura mundial com uma das mais imprecionates descobertas arqueológicas de todos os tempos.

Se eu estiver certo, eu acabei de desvendar o mistério que eu mesmo criei ao ler uma notícia em um portal da internet há dois dias atrás.

Todo este texto mais uma vez reforça a grande importância da literatura, da arqueologia, da internet e dos blogs no mundo moderno/contemporâneo pois, sem a literatura a história de Romeu e Julieta não existiria como a conhecemos, sem a arqueologia o casal de esqueletos mais intrigantes do século não seria encontrada, sem a internet esta notícia não seria divulgada em larga escala e sem os blogs eu difícilmente seria capaz de divulgar para o mundo esta minha teoria sobre a relação entre o romance de Romeu e Julieta e o casal de esqueletos italianos recém descobertos.

Viva a Literatura! Viva a Arqueologia! Viva a Internet! Viva aos Blogs! Viva a mim, Romullo Pontes Humilde Teórico da Silva!

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